segunda-feira, 20 de outubro de 2008


VENHA CONHECER O TRABALHO DESSE GRUPO PRA LÁ DE CRIATIVO!

No ambulatório do C.P.E.R , o grupo de usuários da quarta-feira está aprendendo a fazer coisas interessantes, no momento estamos trabalhando com a confecção de sandálias customizadas. O objetivo é a profissionalização. Veja o que elas pensam a respeito:

A.26 anos, “O trabalho aqui é muito legal”.
I.43 anos “Eu estou gostando muito de fazer o que eu estou aprendendo”.
J, 44 anos, “Hoje sou outra pessoa muito feliz”.
V. 57 anos, “Vem comprar os nossos artesanatos”.
V. 47 anos, “Trabalhar em grupo é bom, pois nos faz crescer e espairecer no ambiente em que nos encontramos”
Local : Ambulatório do C.P.E.R , quarta feira de manhã.

domingo, 12 de outubro de 2008

Baile à Fantasia

Baile à fantasia realizado em 17 de setembro de 2008!

Projeto de Documentário "Loucussão: vozes que ouvimos sobre a loucura"

Loucussão: vozes que ouvimos sobre a loucura[1] de Luiz Carlos Martins[2] e Rosangela Aufiero[3] é uma proposta de documentário sobre a reforma psiquiátrica. Terá como foco principal as falas da loucura e sobre a loucura, socialmente reconhecidas ou não, e sua metaforização e espelhamento no documentário. 

Buscaremos repensar novasformas de entendimento sobre a loucura, estabelecendo uma relação desta com o preconceito, como fonte de violência e o isolamento. Trabalhar-se-á com os usuários do serviço de Saúde Mental e as experiências de desinstitucionalização no tratamento dos portadores de sofrimento psíquico na cidade de Manaus, São Paulo e Santos, com os modos de re-significação das histórias de sofrimento psíquico desses usuários, de suas famílias e amigos e com a comunidade, possibilitando novos significados para o que é loucura. 

Buscaremos evidenciar as estratégias que a população desenvolve para lidar com o adoecimento psíquico. Pretendemos que o efeito desse trabalho seja não só que o portador de sofrimento psíquico retome aquilo que viu perdido por ocasião do ensurtamento, ou seja, a palavra, a possibilidade de falar e ser ouvido; mas também que a sociedade se coloque no lugar do portador de sofrimento psíquico. Se a dialética problematiza tudo, inclusive a si mesma, insistindo na superação; e se toda experiência cognitiva inclui aquele que conhece de um modo pessoal[4], queremos que observadores e observados alternem e intercambiem seus papéis, que o objeto de observação se coloque observador de si mesmo, e que o observador se coloque no lugar do objeto de observação.

Para isso pretendemos instrumentalizar alguns portadores de sofrimento psíquicopara que construam as narrativas de si mesmo, usando a equipe do documentário para representá-los. Queremos que eles nos filmem nesse processo, por acreditarmos que a busca pelo real se dá através do jogo da ilusão. Afinal aquilo que está na tela em forma de documentário não é real e também o é, se não houvesse esse jogo permanente, não haveria a possibilidade de se estabelecer os processos de identificação e projeção. Ao mesmo tempo, com isso queremos significar audiovisualmente como os excluídos podem deixar de serem enunciados de um discurso, para tornarem-se protagonistas de seu discurso. 

Queremos fazer materializável as vozes da loucura. Nesta relação observador/observado, pretendemos evidenciar que um influencia o outro, ambos se transformando, num movimento de autopoiesi. O corpo em que ilusoriamente se pensa que habita uma voz versus as várias vozes num mesmo corpo: locuções> LOUCOSSÃO
O documentário como corpo dessa polifonia que nos atravessa. A doença aponta para um ideal de sociedade que não foi alcançado por um indivíduo ou um grupo: os loucos se tornam uma foto em negativo, o avesso de indivíduos que a sociedade de produção e consumo almeja, portanto, o que a sociedade prefere não ver e tem medo de nomear. A intenção é re-significar o sofrimento psíquico e sua processualidade
No caso deste trabalho, O que se quer é, enfim, desmontar a cadeia das determinações normativas, das definições científicas, das estruturas institucionais, através das quais a doença mental assumiu suas formas de existência e de expressão. Por isso, queremos falar da segregação do modo de viver, da existência que os loucos de nossa sociedade vivem, para a saúde dela própria.
As imagens e os sons que interpretamos da loucura têm a ver com o fragmento, com vozes desconexas, com sintaxe interrompida, deslogicalizada. Outra é a lógica a serinvestigada: de tempo, de sintaxe, contradições, dissonâncias, conflitos, antíteses, fusões. Para isso, propomos dois caminhos que se interseccionam: o clichê, a estabilidade, o que é, o que deve ser desconstruído versus o que pode ser, o novo, o deslize metafórico, ainstauração de uma nova ordem, a desestabilização, incômoda, provocante, inusitada, e por isso mesmo, assustadora. Queremos romper o ordinário da linguagem documentária, descontextualizá-la, reorganizá-la, instaurando um outro sentido para o que está cristalizado. Assim, as locações, os figurinos, as cores, a luz, os sons, os ruídos, todos os elementos da linguagem audiovisual se fragmentarão para se construir a aparente univocidade do discurso deste documentário.


[1]- Registrado na BN, n.439.921. Livro:825.Folha:81
[2] - Prof. Da Universidade Federal do Amazonas, dirigiu o documentário Selva na Selva.
[3] - Psicóloga, trabalha no Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro em Manaus/Am.
[4] - ROTELLI, Franco; LEONARDIS, Ota; MAURI;Diana.(1991)- Desisntitucionalização, (2ª edição), São Paulo. Ed.

sábado, 30 de agosto de 2008

O início de TUDO...


A arte tem um papel fundamental para com o ser humano que é o de reinterpretar a realidade, isolando contextos para nos fazer enxergar melhor aquilo que anestesiou o olhar por tanto ver, a ponto de não mais se ver.

Ao longo do processo civilizatório, as sociedades ocidentais, para canalizar a agressividade, têm desenvolvido rituais de sacrifícios que vão se modernizando ao longo do tempo: do sacrifício da vítima ao bode expiatório, esse modelo vai se repetir. Assim os mecanismos de exclusão são construídos. Os “anormais” precisam ser isolados para não contaminar os saudáveis. Sãos versus loucos.

O corpo em que ilusoriamente se pensa que habita uma voz versus as várias vozes num mesmo corpo: locuções. LOUCOSSÃO. A doença aponta para um ideal de sociedade que não foi alcançado por um indivíduo ou um grupo: os loucos se tornam uma foto em negativo, o avesso de indivíduos que a sociedade almeja, portanto, o que a sociedade prefere não ver e tem medo de nomear, pressentindo que o que separa a loucura da normalidade é um fio muito tênue.