domingo, 22 de maio de 2011

Dia da luta antimanicomial para lembrar o que falta

Manifestações  em toda a cidade marcaram dia  da luta antimanicomial, estiveram envolvidos usuários do serviço, familiares, profissionais da saúde, políticos e comunidade acadêmica.







Mas ainda há muito para fazer...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Dia da luta antimanicomial

                                                                 Programação
O Movimento Baré fará vários eventos para comemorar o dia 18 de maio, dia da luta antimanicomial, em várias partes da cidade:



Dia 13 de maio as 16hs, exibição do filme O Bicho de sete cabeças no ICHL UFAM.


Dia 16 de maio as 18hs- Debate sobre a reforma psiquiátrica no Amazonas na FAMETRO.


                                                         Dia 18 de maio:

9hs- Audiência pública na Câmara dos Vereadores sobre o tema Saúde mental.


11hs- Almoço coletivo com paciente residentes no Centro psiquiátrico Eduardo Ribeiro (C.P.E.R)- Convidados


13:00hs- Exibição do filme: O Bicho de sete cabeças no C. P.E. R.


14:30hs- Mesa redonda: Reforma psiquiátrica no Amazonas- a visão dos atores sociais


17h- Lançamento do Informativo Ecos da Loucura (Coordenado pela profa. Ermelinda Salem).


18hs- Inauguração de espaço em saúde mental- ISAT. Rua Plácido de castro ,53. D. Pedro


18h- Luau Loucura no Bosque na entrada do Campus da UFAM

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Não há silêncio que não termine

                                                                     Movimento Baré:
                                                                  em prol da saúde mental

Tomo emprestado  a frase título do livro de Ingrid Bentencourt, que ficou 7 anos seqüestrada pela FARC, Não há silêncio que não termine. Essa frase representa a reinvindicação que hoje fazemos em nome da reforma psiquiátrica no Amazonas


A reforma psiquiátrica em todo Brasil aconteceu por movimentos sociais e de trabalhadores, no Amazonas não foi diferente. Desde a década 80 do século XX, observamos vários movimentos iniciarem e se esvaziarem: diante do lento processo das decisões de gestores públicos, dos interesses escusos de alguns, da ignorância sobre o conhecimento em saúde mental, diante do preconceito, e por fim, como em toda sociedade, a necessidade de ter sempre o seu grupo de excluídos, para ali depositarem seus medos e seus fantasmas.

O momento que vivemos hoje não é muito diferente dos anteriores com a exceção de que nós temos leis que apóiam a reforma psiquiátrica como a Lei 10.216 de Paulo Delgado, de 2001. Entretanto, na urgência de fazer as coisas acontecerem ou não acontecerem, observamos distorções de interpretação na lei. Por isso estamos hoje aqui para que a Lei 10.216 possa ser seguida de acordo como foi elaborada no sentido de se fazer realmente uma REFORMA PSIQUIÁTRICA.

Queremos a substituição de MODELOS de serviços e não simplesmente as trocas de nomes de serviços ou prédios! Os CAPs precisam ser novos modelos de atendimento em saúde mental e isso só acontece se a equipe tiver capacitação técnica e acompanhamento constante de supervisão. Do contrário, corre o risco de se tornar CAPSCÔMIO.

Queremos que os serviços em saúde mental respeitem, acima de tudo, o usuário, que precisa ser escutado e participar de todo processo de seu tratamento. A cura, em saúde mental, não pode ser medida pela remissão total de sintomas e só pode iniciar com a retomada do exercício da cidadania!

Queremos que os portadores de transtornos mentais que vivem em regime asilar no CPER possam ser escutados e decidir onde querem morar. São pessoas que vivem no espaço do CPER há mais de 25 anos, muitos reconhecem ali sua casa. Posso afirmar senhores, que eles não foram sequer ouvidos... Por quê? Essa postura será o velho modelo com nova roupagem e as mesmas rotinas?

O servidor público que trabalha na área de saúde mental está adoecendo, é ele quem responde diante dos usuários pela lentidão das decisões dos gestores. Silencia com o medo das retaliações vindas até daqueles que deveriam ser seus pares.

Há 18 anos, trabalho na área de saúde mental, lotada no CPER, e venho presenciando esta triste realidade em nosso estado, e junto com as Ongs ISAT e Leseira Baré e movimento estudantil Autonomia Libertária...fundamos o movimento Baré em prol da Saúde Mental vem hoje aqui, na frente de todos, dizer que o silêncio chegou ao fim...

Por Rosangela Aufiero