segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Loucuras de Carnaval

O cotidiano de uma instituição psiquiátrica traz muitas vezes uma rotina entorpecedora, cristalizando papéis, ideologias. Impondo um ritmo lento e repetitivo que se arrastam a través das semanas, meses e anos. O medo do preconceito esconde-se através de uma conduta normalizada. Impor um novo ritmo de existência é um desafio sempre vencido a cada repetição tanto de condutas normóticas como de ensurtamentos psicóticos.

As festas, em particular o carnaval, rompem as barreiras do marasmo, do normótico. Segundo Roberto da Matta (1990) “é pela dramatização que o grupo individualiza algum fenômeno, podendo assim, transformá-lo em instrumento capaz de individualizar a coletividade como um todo, dando-lhe identidade e individualidade”.
Brincar com muitas possibilidades de ser.






domingo, 15 de fevereiro de 2009

Projeto Leseira baré apresenta as primerias etapas para criação de associação de usuários do serviço de saúde mental do CPER, com a meta de inserção social através do trabalho baseado na economia solidária, a importância de ações como esta estão nas palavras de Pedro Gabriel:
“ ...a reforma psiquiátrica não é apenas o desafio de acabar com manicômios e criar outros serviços. É, também, extrair a positividade naquilo que é visto apenas como negativo. Aí, a questão das oficinas de geração de renda, a inclusão social pelo trabalho, as cooperativas, são instrumentos extremamente eficazes. Se pensarmos uma experiência internacional como a italiana, veremos que o trabalho das cooperativas sociais e das empresas sociais foram experiências cruciais para que, nas regiões da Itália, onde a reforma italiana deu certo, tais iniciativas pudessem se consolidar, aos olhos da opinião pública, como experiências positivas e muito bem-sucedidas".
Ou ainda no discurso proferido por Paul Singer sobre S a ú d e M e n t a l e E c o n o m i a S o l i d á r i a : I n c l u s ã o S o c i a l p e l o T r a b a l h o (2005) no qual cita Pedro Gabriel
..."Creio que, até por esta visão que a economia solidária traz de travar este debate [...] com essas condições adversas do mercado, que é um mercado que não inclui, mas exclui, entre a economia solidária e a reforma psiquiátrica há uma vocação cooperativa inevitável. [...] O fundamental é que ambos nascem de uma matriz comum [...] nessa vontade de mudar a sociedade, de modo que ela possa ser uma sociedade mais generosa, mais inclusiva, mais solidária etc. Essa é a matriz que nos interessa. Na verdade, a reforma psiquiátrica não é uma tecnologia de montar serviços de saúde mental, mas um movimento social de transformação profunda e de fato das concepções sobre a loucura e sobre a diferença.”
Disponível em http://www.saude.gov.br/bvs
Oficina para confecção de salgados e doces para lanchonete com Luciano Rios.

Aprendizagem do grupo em curso no SENAI


Grupo de usuários do CPER com professora.
Sra. Terezinha( professora do SENAI) ministrou o curso "Doces e salgados" para grupo de usuários do CPER, trabalho acompanhado por Otamires Barbosa.

Anne Louise Machetti, psicóloga voluntária e colaboradora do projeto,acompanha o grupo na fase de estruturação e implantação da lanchonete.

Rosangela Aufiero, psicóloga do CPER, idealizadora do projeto

Luciano Rios, geógrafo voluntário, empresário do ramo de alimentação,faz terinamento com o grupo em ações de trabalho dentro da lógica da economia solidária.

Otamires Barbosa, Administradora voluntária, idealizadora do projeto.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Inserção social através do trabalho


Atualmente a discussão sobre reforma psiquiátrica não está mais restrita a implantação de serviços substitutivos, mas pensar e criar ações que viabilizem a inserção social dos usuários do serviço de saúde mental. Entre eles está o trabalho, uma vez que parte significativa desses usuários são pessoas de baixa renda ou estão fora do mercado formal de trabalho.
Em 2004, a Coordenação Nacional de Saúde Mental do Ministério da Saúde iniciou, em todo o país, o mapeamento de projetos ligados a geração de trabalho e renda, nos âmbitos municipais e estaduais, que visam à inclusão social de pessoas com transtornos mentais e/ou com transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas. O que culminou na publicação da Portaria Interministerial n° 353/2005, entre o Ministério da Saúde e de Trabalho e Emprego, que instituiu o Grupo de Trabalho de Saúde Mental e Economia Solidária. O principal objetivo é discutir e implementar as ações voltadas para inclusão social das pessoas que precisam de cuidados em saúde mental.
O projeto Leseira baré desenvolve atualmente duas oficinas voltadas para inserção social através do trabalho, em andamento nas dependências do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, no ambulatório Rosa Blaya. O trabalho é desenvolvido por psicólogos do serviço e profissionais voluntários na área da Psicologia, Administração e Geografia:
1-Oficina protegida de artesanatos: os usuários são convidados a aprenderem a customizar sandálias, camisas, confeccionar chaveiros, etc. A renda recebida pelos pacientes é por produção.
2-Lanchonete protegida: O trabalho é desenvolvido dentro da lógica da Economia solidária, os usuários preparam os alimentos e vendem na dependência da instituição psiquiátrica.

A equipe envolvida:
Rosangela Aufiero – Psicóloga do CPER
Ane Louise Michetti – Psicóloga voluntária
Maria do Perpetuo Socorro Miranda – Psicóloga do CPER
Otamires Barbosa- Administradora voluntária
Luciano Rios - Geógrafo voluntário
Michele Della Pace - Psicóloga voluntária
Alessandra Inês Abreu- Psicóloga voluntária